A GUERRA CONTRA LULA E OS COMENTÁRIOS ESSENCIAIS DE SUN TZU

“É por isso que quem sabe guerrear puxa o inimigo para o campo da peleja e não se deixa por ele para ali ser levado” (Sun Tzu, “A Arte da Guerra”) [1]

Enganam-se perigosamente todos os crentes que os liberais vira-latas do PSDB-PFL, viciados em chafurdar o lixo ideológico e moral excretado das metrópoles imperialistas, não irão persistir na sua nefasta maratona eleitoral contra o presidente Lula e o povo brasileiro. Como se disse aqui de outra feita, esse grupelho de apátridas que assente ver ministro de Estado tirar os sapatos em aeroporto, por ordem da polícia dos EUA (FBI), é o mesmo que conseguiu a magia de transformar, da noite para o dia, R$ 1 em US$ 1, e os mesmíssimos que assalariaram mercenários da mídia para fabricar ondas de ódio e calúnia visando a derrubada do presidente Lula.

Após o escândalo do tal “dossiê” – até hoje uma fantasmagoria -, que forjou um segundo turno por cerca de 1,6% dos votos, a idéia de, porque Lula uma vez na frente em “pesquisas” amainar-se-ão as grandes tensões, até o final do segundo turno das presidenciais, não passa de um conto de fadas; ou sobre mulas-sem-cabeça passeando em pradarias, tanto faz.

“A invencibilidade depende do próprio. A vulnerabilidade do inimigo, do inimigo depende” (Sun Tzu, cap. “Disposições”)

Já se evidenciou suficientemente que mesmo o segundo e último round eleitoral não satisfará a ação golpista e salafrária que vêm encetando os liberais vira-latas, contra o presidente e a nação. O que se desvela, por conseguinte, na tática utilizada no primeiro debate televisivo pelo hidrófobo candidato do Opus Dei - organismo apendicular da igreja católica criado pelo espanhol fascista Josemaría Escrivá de Balaguer. Nele, Geraldo Alckmin inclusive descuidou-se em ranger os dentes: “É preciso punir, punir, punir...”, disse transfigurado, em certa altura do terço final do programa televisivo. “Descuidou-se” porque ficara nítido um candidato teleguiado por uma orientação ultra-agressiva que visava tentar deslocar a posição dianteira galgada por Lula, conforme registro das “pesquisas”.

Demonstrando euforicamente como se faz para amplificar uma pretensa vitória, no dia posterior ao debate, a jornalista Dora Krammer – sempre alvo de galhofas e famosa por seu quase estúpido reacionarismo –, escreveu, comemorando, em primeira página: “O presidente fica nas cordas” (O Estado de S. Paulo, 9/10/2006). Ocorre – e tudo indica mesmo - que a tática carregava “vulnerabilidade”: “não há dúvida de que o estilo Mike Tyson adotado pelo tucano no confronto com Lula foi um tiro pela culatra”, sentenciou o preparadíssimo comentarista político Franklin Martins (“Datafolha: Mike Tyson tira votos de Alckimin”, de F. M., www.ig.com.br – 11/10/2006, 10:58 min.).

É que para acentuada débâcle psicológica, o citado Instituto de “pesquisas” anunciara então estar o presidente Lula com 12 pontos percentuais à frente do candidato da oposição de conduta fascistóide.

“Ordenadamente, espera-se um inimigo desordenado; serenamente, um clamoroso. Assim se controla o fator mental” (Sun Tzu, cap. “Manobras”)

Dessa forma, no tempo exíguo que nos resta para derrotar os liberais vira-latas nas urnas, certamente é erro estratégico ficar desejando confronto “de alto nível”; isso é besteira, coisa de amador. Mas, nas atuais circunstâncias é correto afirmar, como fez o ministro Luiz Marinho, que “o presidente continuará sereno e não vai entrar na baixaria” (Valor econômico, 11/12/2006, p. A-11).

Todavia, insistamos: é decisivo não ter um piscar de ilusão! Porque a ordem (por “determinação do candidato Alckmin”) “é bater. Ir para cima”, vociferou o seu chefe de campanha Sérgio Guerra (PSDB-PE). Para este senador - outrora acusado de estar envolvido na corrupta “máfia dos anões do orçamento” -, “Lula e sua campanha de jogo sujo estão a espalhar boatos e mentiras” (Folha de S. Paulo, 11/12006, p. A-7). Ou, como reiterou (raivoso) em editorial o “estadão” - para dar munição e açular os seus leitores -, o presidente Lula é co-participe de uma “sofisticada organização criminosa” (“Um samba de muitas notas”, 11/10/2006, p. A-3).

“Logo, o comandante habilidoso toma posições onde não pode ser derrotado e não perde qualquer ocasião de subjugar o inimigo” (Sun Tzu, cap. “Disposições”)

A dezoito dias do segundo turno presidencial, é notável que, simultaneamente à (ilusória) sensação de ter chegado à última batalha com maiores possibilidades de ganhar a guerra, o candidato da “inquisição” – apropriada metáfora do jornalista Jânio de Freitas -, Geraldo Alckmin, teve dois grandes flancos “escancarados”: o mais importante, no Rio de Janeiro, com a “dissidência” de duas lideranças principais de sua campanha; e a péssima repercussão que teria havido entre eleitores das camadas abastadas por sua postura apopléctica no referido debate televisivo.

O presidente Lula e o povo brasileiro encontram-se próximos a uma vitória que significará um passo enorme em direção a consolidação – com os avanços reclamados pelas vanguardas populares – de um programa de afirmação nacional e de conquistas dos trabalhadores. Igualmente, à construção de um novo campo de forças políticas e sociais que levem à derrota e à desarticulação do bloco liberal golpista.

Com toda a força do povo, Lula de novo!

Nota

[1] Edições Europa-América, versão integral, s/data; ver: capítulo “Fraquezas e forças”. Sun Tzu, o mago chinês da estratégia militar, deve ter escrito os treze capítulos de “A arte da guerra” posteriormente aos 500 a.C., sendo que seus estudos servem de referência a partir de aproximadamente 453 a.C., quando se inicia o chamado período dos “Estados Guerreiros” na China e após a dissolução do império Chin.

Por Sérgio Barroso, Médico, doutorando em Economia Social e do Trabalho (Unicamp), membro do Comitê Central do PCdoB.

Um comentário:

Daniel Pearl Bezerra disse...

Segundo o ex-governador Hélio Gueiros: ‘Veja quis me chantagear’ O ex-governador do Pará, Hélio Gueiros, em sua coluna no jornal “Diário do Pará”, edição de quarta-feira, relatou como “Veja” tentou lhe extorquir quando foi governador do Estado. Já Frei Betto questiona: Que diabo é a nossa Fé? O grande jornalista Altamiro Borges fala sobre as razões de fundo da visita do Papa ao Brasil. Fábio Reynol: “Sua Santidade e CEO da Igreja Católica Germânico-romana, Bento 16, acaba de desativar o Limbo, a enorme ante-sala do céu para onde eram destinadas todas as crianças que batiam as botinhas antes de ser batizadas”. Leia muito mais no blog que faz um jornalismo Independente, livre e democrático e que acaba de ser escolhido o 2º melhor blog da internet pelo TOPBLOG: “Desabafo País” : http://desabafopais.blogspot.com